quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Libertinas concretas


Era uma sóror... Sonhando pelo feio grilhão... Seus pêlos púbicos escondiam

Desejos de possessão...

Foi marcada nas costas, derretida cera ungida pela crisma fria

De freiras velhas e frígidas...

E os olhos do Franciscano... Irmão nas cantigas e preces

Queimavam naturalmente

Como no dia em que na grama verde deitou

O pau

Por entre vestes sombrias

Misturadas cores de fantasia

Na bocetinha da freirinha

Geme irmãzinha... Rezarei pela sua alma

Rezarei em todas as línguas

Delicadamente depositarei hóstias

De loucura

Paixão insubmissa

Tuas grades de nada adiantarão, pois

Consumado está...

Sou senhor dos segredos

Sou senhor dos teus olhos

Perfumei de mirra teus cabelos

Do meu jorro leitoso

Envolvendo como véu lacrimoso

A tua pureza resoluta.

É tarde, mas nada impede o dia de vir

Sonolenta tristeza sabes que vai para a chama da vergonha...

Estarei lá untando teu corpo

Teu respiradouro

Frágil e doce

Serei a morte no caminho reverso do Amor...

E sempre, sempre te puxarei para junto

Da minha boca

Dividida

Entre Deus e a dor...

2 comentários:

Henrique Crespo disse...

Poderiam ser personagens de Almodóvar.
Esse blog safadinho é excitante.

LNabuco disse...

Olha que interessante,pintá-los com cores Almodovarianas,hehehe...
Vai ter mais safadeza,pode acreditar...