segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Triste Eurídice

De quantos caminhos minha vida precisa

Amor

Para que eu possa te encontrar...



Quanto amargor de ouro fundido

Minha garganta irá provar

Amor

Para eu poder te encontrar



E mãos impuras se fartem

Em minha carne fria...


E promessas soltas dancem

E me elevem em sua sombria atração


Me afastando de Orfeu

No passo duvidoso de quando se acha que é tarde demais

Sempre existirá aquela última gota

Desistência de tudo...


Até em acreditar que horas não são vilãs

E que a moça pura se transforme

Em alma horripilante

Porque tem medo

Do segundo que lhe escapa

O vil futuro que fica marcado em seu corpo

Como mancha cancerosa

Eu caminho por esse vão escuro à espera de redenção...

Mas a terra se amolece para que eu mais nada sinta

E possa desaparecer

Súbita e obediente

Amor

Sem que eu te encontrar consiga...

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