De quantos caminhos minha vida precisa
Amor
Para que eu possa te encontrar...
Quanto amargor de ouro fundido
Minha garganta irá provar
Amor
Para eu poder te encontrar
E mãos impuras se fartem
Em minha carne fria...
E promessas soltas dancem
E me elevem em sua sombria atração
Me afastando de Orfeu
No passo duvidoso de quando se acha que é tarde demais
Sempre existirá aquela última gota
Desistência de tudo...
Até em acreditar que horas não são vilãs
E que a moça pura se transforme
Em alma horripilante
Porque tem medo
Do segundo que lhe escapa
O vil futuro que fica marcado em seu corpo
Como mancha cancerosa
Eu caminho por esse vão escuro à espera de redenção...
Mas a terra se amolece para que eu mais nada sinta
E possa desaparecer
Súbita e obediente
Amor
Sem que eu te encontrar consiga...
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