Era uma sóror... Sonhando pelo feio grilhão... Seus pêlos púbicos escondiam
Desejos de possessão...
Foi marcada nas costas, derretida cera ungida pela crisma fria
De freiras velhas e frígidas...
E os olhos do Franciscano... Irmão nas cantigas e preces
Queimavam naturalmente
Como no dia em que na grama verde deitou
O pau
Por entre vestes sombrias
Misturadas cores de fantasia
Na bocetinha da freirinha
Geme irmãzinha... Rezarei pela sua alma
Rezarei em todas as línguas
Delicadamente depositarei hóstias
De loucura
Paixão insubmissa
Tuas grades de nada adiantarão, pois
Consumado está...
Sou senhor dos segredos
Sou senhor dos teus olhos
Perfumei de mirra teus cabelos
Do meu jorro leitoso
Envolvendo como véu lacrimoso
A tua pureza resoluta.
É tarde, mas nada impede o dia de vir
Sonolenta tristeza sabes que vai para a chama da vergonha...
Estarei lá untando teu corpo
Teu respiradouro
Frágil e doce
Serei a morte no caminho reverso do Amor...
E sempre, sempre te puxarei para junto
Da minha boca
Dividida
Entre Deus e a dor...