terça-feira, 16 de agosto de 2011

Casca

Fiquei muda por achar que nada do que escrevia valia mais a pena. Teria algum sentido. Perdi certos planos, fechei o coração. Emudeci em gestos, prazeres...

Mas ainda continuo a olhar o céu.

Difícil aceitar essa casca que sou, frágil junco enfrentando tempestades medonhas...Tudo porque ainda acredito.


E continuo olhando o céu.

Perder a casca é necessário. A serpente desviou os dois anjos. Plantou o desejo...

A serpente é a minha perdição.

Por ela eu olho o chão...meus rastros feitos na terra... vejo a quem eu fiz mal, choro amargor...

Apenas a paixão purifica essa dor.

Apenas a paixão acende todas as velas... E reflete os tons encarnados da minha alma.

Para eu nunca deixar de sonhar com o céu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo passa, tudo sempre passará...
o rastro pode sumir com o vento ou marcar para sempre as nossas vidas, mas a imensidão do céu quebra qualquer linha de pensamento, nos deixa perplexos e um pouco aliviados. A alma respira sem entender porque o mundo não pára e nós tentamos nos agarrar às coisas. Sem entender, sem saber... uma casca vazia, abandonada, é o rastro de uma serpente que se embrenha nas pedras de um rio.